Semana passada foi minha última ida ao hospital para contação de histórias deste ano. Ficarei de "férias" até fevereiro. Mas isto é assunto para um novo post.
Tive a presença da amiga-contadora de histórias Leda. Ela foi conhecer a dinâmica do hospital para decidir em qual atuará. Foi também a primeira visita após formatura. E de avental novo!
Lembra da campanha de livros do Itaú? Recebi 3 kits que minha mãe e prima me enviaram. Separei os livros para formar um kit com desenhos de colorir e caixinha de lápis de cera - ganhei da prima do maridão.
Fiz os kits, coloquei na minha sacola mágica e levei-os para o hospital. Meu objetivo era ofertar as crianças que encontrasse na minha visita.
Naquele dia, em especial, não tinha muitas crianças. Eu só entreguei dois dos doze kits que preparei. Sabe que fiquei foi feliz? Sinal que não tinha tantas crianças internadas. Já pensou por este lado?
As crianças que encontrei por lá, como sempre, mostraram-me a alegria da leitura. Visitei uma menina de 8 anos- que estava na cama - que não queria ouvir histórias. Cheguei logo dizendo que sabia que naquele quarto tinha uma menina que queria ouvir histórias. Este discurso sempre quebra o gelo!
Eu perguntei qual história ela queria ouvir. Ela fez um pedido especial: "pode ser de Princesa?" Seu pedido é uma ordem!" Abri a minha sacola mágica, peguei o livro fazendo suspense e mostrei a capa: "Até as princesas soltam pum". Quando ela leu, ficou sorrindo e se arrumou na cama para sentar. Este "arrumar-se" não tem preço. Ela quis várias histórias depois desta!
O melhor é quando a história começa a fazer parte da rotina do hospital. Normalmente, os profissionais do hospital (enfermeiro-auxiliar-fisioterapeuta) aproveitam nossa presença para fazer algum procedimento nas crianças. O fisioterapeuta quase sempre aproveita a nossa entrada nos quartos para fazer as suas sessões e também ouvir novas histórias. Bárbaro!
Este fisio chegou no quarto quando eu comecei a contar a história das princesas. Ele ficou fazendo massagem respiratória na menina e eu ali, contando a história. No meio do livro, eu perguntei a menina se ela se lembrava da história da Cinderela (já que o livro fazia referência ao conto), ela disse que mais ou menos. O fisio pediu para contar a história. Muito legal esta participação, não é?
Este acontecimento me lembrou o que o Valdir (fundador do Viva) falou-nos na formatura. "Que nós, contadores de histórias, somos parte da equipe multidisciplinar no hospital." Lá no Cotoxó eu vejo isso. Espero que nos outros hospitais também seja esta a realidade.
Ah, não posso deixar de te contar o que aconteceu, também, neste dia. Eu sempre coloco despertador no meu celular para me guiar no horário. Eu tinha programado-o como sempre faço. Coloquei-o no silencioso, só com vibração, no bolso do avental. No horário programado, ele vibrou. Sem nem tirar ele do bolso, apertei qualquer tecla para desligar o despertador. Continuei a história que estava lendo e depois fui embora preencher os dados do relatório.
Quando cheguei em casa, liguei pro maridão e para minha surpresa a conversa foi assim:
"-Laine, ouvi você contando a história do Grúfalo hoje.
Eu, surpresa, perguntei: Foi? Como você ouviu?
- Eu te liguei. Você atendeu e eu fiquei falando: Laine? Laine? Você não me ouvia. Depois eu ouvi você contando o Grúfalo. Fiquei curtindo. Depois desliguei."
Ah! Maridão ouviu história pelo telefone. Eu pensando ter desligado o despertador, atendi a ligação dele. Mico total! Como diz minha amiga Albinha: ai ai ai.
E a Leda? Bom, minha amiga ainda não decidiu qual ficar. Ela gostou dos dois. O que fez o treinamento e o que eu atuo. Agora é esperar ela decidir e me avisar. Gostaria muito de tê-la no Cotoxó para contarmos histórias juntas.
Até a próxima!
Elaine Cunha
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