Semana passada, meu exemplar do livro da escritora Mila Viegas chegou. Livro muito lindo e encantador. Assim que eu abri, fui ler. Fiquei apaixonada pela sutileza da história da "Nicola, a borboleta de uma asa só", pela Editora Multifoco.
Eu levei o meu livrinho para o hospital na última visita. Narrei a história para uma criança e sua mãe. Mostrei o autográfo e tudo! Eles amaram a história. Falaram da superação dos limites, amizade e muita persistência - importantes para as crianças que estão hospitalizadas. Apesar de ser livro infantil, garanto a você, não encanta apenas as crianças!
A Mila Viegas aceitou meu pedido em responder algumas perguntas por email. Vamos ver?
Elaine - Por que você escolheu um livro infantil para ser seu primeiro livro?Mila - Boa pergunta! Na verdade, "Nicola, a borboleta de uma asa só" não foi o primeiro livro que escrevi, cheguei a publicar sob demanda um romance e uma coletânea de poesias. Até hoje ainda me pergunto os motivos que me levaram a tomar a decisão de enviar o original de um infantil para a editora ao invés de um com temática para adultos. Acredito que essa minha "porção" infantil precisava ser trabalhada de alguma forma, eu precisava me aproximar mais desse universo lúdico, talvez essa tenha sido a melhor maneira que encontrei de compartilhar com as crianças o meu trabalho como escritora. O meu amor pelos livros e pela escrita começou quando eu ainda era bem pequena e o incentivo da minha mãe foi crucial para eu ter me tornado quem eu sou hoje. Fico feliz de ter escolhido um livro infantil para ser o meu primeiro publicado através de uma editora. É uma forma de homenagear a minha própria infância.
Elaine - Como foi o processo criativo da Nicola? Como você começou a escrever?Mila - Eu tenho um "caderno de ideias", onde anoto (sempre que possível) frases, nomes e, é lógico, ideias. Quando penso em desenvolver um tema e transformá-lo em estória, me faço perguntas e procuro respondê-las com novas perguntas. Com Nicola foi assim: diversas anotações, pesquisas, questionamentos... Tudo anotado no caderno. Primeiro pensei em uma personagem que apresentasse alguma limitação física. Na anotação original, Nicola era uma mariposa e se chamava Zy. Olha que louco! rs. Então achei que uma borboleta representaria melhor o que eu estava querendo transmitir e guardei a mariposa para uma nova estória. Mas existem muitas espécies de borboletas, qual se encaixaria na minha proposta? Foi aí que decidi usar a Nicolaea schausa - fácil deduzir de onde surgiu o nome Nicola - que é uma espécie da família Lycaenidae e possui estratégias sofisticadas para escapar dos predadores. Por exemplo, as larvas possuem órgãos que secretam gotículas de um néctar que é bastante apreciado pelas formigas que, por causa disso, a protegem. Tudo isso tem muito a ver com a estória do livro.
Elaine - Vi no livro que você é bióloga, por isso a escolha de uma borboleta para seu personagem central?Mila - Eu ainda não tinha pensado nisso dessa forma, mas pode ser. Minha porção bióloga me mantem muito conectada com a natureza que é o que eu amo incondicionalmente. Esse amor me inspira muito usar animais ou algum elemento natural em tudo o que escrevo. No caso da borboleta, é muito fácil a gente se apaixonar por um inseto tão bonito, colorido e cheio de significados. A gente se identifica com as suas fases, com seu processo de renascimento, com sua fragilidade e isso, de algum modo, traz uma sensação de esperança, transformação.
Elaine - Qual foi o processo mais difícil na criação do livro?Mila - Criar a estória não foi difícil, mas deu trabalho. Quando escrevi Nicola não sabia ainda que se tornaria um livro, com ilustrações, mesmo que em alguns momentos eu pensasse em como seria tê-lo impresso. O mais difícil, para mim, foi o processo do original ser aceito por uma editora. Isso demorou, recebi muitos "nãos", mas eu sempre acreditei no potencial do livro. Quando o original foi aprovado, surgiu um novo desafio: Quem faria as ilustrações? Foi aí que conheci a Thaís Leão, artista plástica muito talentosa, que topou dar vida à Nicola.
Elaine - No lançamento, como você se sentiu?Mila - Eu me senti feliz. Esperei tanto tempo por isso que quando, finalmente, o dia chegou parecia que eu estava sonhando. Quando peguei "Nicola" nas mãos pela primeira vez senti que tinha cumprido a etapa inicial da minha missão. Minha família estava lá, meus melhores amigos estavam lá e eu não poderia ter tido uma noite mais mágica.
Elaine - Planos agora após lançamento do livro?Mila - Claro que sim! Não faz sentido escrever um livro, lançá-lo e acreditar que o trabalho acabou, que tudo é simples assim. Agora surgem novos desafios, um deles é fazer com que a estória da Nicola desperte o interesse de novos leitores. Tenho planos de fazer com que Nicola não "viva" apenas nas páginas de um livro, quero que ela possa interagir com o leitor de outras maneiras.
Mila Viegas é bióloga, professora de Ciências e Biologia para o Ensino Fundamental e Médio, e escritora. Atualmente se dedica à literatura, tendo contos e poesias publicados em diversas antologias. É autora do livro infantil "Nicola, a borboleta de uma asa só" e de outras obras ainda inéditas.
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Se você quiser adquirir o seu exemplar, acessa a página da Editora Multifoco. Clica aqui.
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Até a próxima!
Elaine Cunha