sábado, abril 28

Um conto que não é reconto

Como contadora de história que sou... tenho uma bela história para você! E ela começa assim:

Esta história não é um conto, é uma história real, acontece a toda hora e é muito natural.
De Paris à Conchinchina
Do Polo Norte a Sevilha
todos os bebês começam do tamanho de uma ervilha.

Um belo dia, a moça dona da casa amanheceu enjoada e foi ao médico.
 
O médico examinou a garganta dela com uma lanterninha, mandou que ela mostrasse a língua e dissesse:
-AAAAAAAAAAA!
Não havia nada na garganta.

Pegou um martelinho e bateu no joelho da moça e a perna dela deu um pulinho.
Não havia nada com a perna da moça.

Ele ele pôs um funil na barriga da moça e ficou escutando.
- Será que eu estou com dor de barriga, doutor?
- Não - disse o doutor abanando a cabeça e continuou a escutar.

E sabem o que ele escutou? Um coraçãozinho pequenininho escondido no meio da barriga da moça dona da casa. Um coração-bebê que soava como um trenzinho...

O coração da moca deu um salto de emoção. É que os dois corações , o grande e o bebê, pareciam cavalinhos apostando corrida.
A dona da casa saiu cantando e pulando pela avenida.
- Será que dá para perceber que eu agora tenho dois corações?
 
Ela dizia e ria e ria.

As pessoas olhavam para ela como se fosse um bicho raro.

"Uma senhora que canta, pula e ri sozinha" pensavam muito espantados.
 
Mas ela não estava sozinha.
 
Ela levava um bebê novinho na barriga e já estava embalando seu bebê. (...)



Escolhi este trecho do livro "Um conto que não é reconto", da Ruth Rocha, para contar para você a alegria que invade o meu coração.


Sim, estamos grávidos! Que alegria! 
Por isso, tanta ausência, tanto sono fora do comum, tanto enjôo... 

Precisei desacelerar! Exatamente para me preparar para a chegada do bebê. Não assumi novos compromissos enquanto não terminasse meu delicado e sensível primeiro trimestre. 

A pedido da família, não estive no hospital durante estes últimos meses. Só contei histórias para gente grande nos cursos que ministrei. E confesso, estou morrendo de saudades dos pequenos... E o meu pequeno? Ah, tenha certeza que já ouve muitas histórias!!

Bom, agora que você já sabe. Que tal comemorar comigo?


Até a próxima!
Elaine Cunha

segunda-feira, abril 23

O Baobá e os Contadores de Histórias

Hoje começo a semana com a indicação de um vídeo que me chamou a atenção pela produção e, principalmente, por acreditar no discurso dos entrevistados.

"O Baobá e os Contadores de Histórias" é uma produção de conclusão de curso de Jornalismo de uma faculdade daqui em Sampa. É um belo documentário onde traz "traz uma reflexão sobre as necessidades da sociedade contemporânea e de que maneira elas podem ser atendidas pela história" Mostra ainda como a narrativa faz parte do aprendizado de cada pessoa. 

Além dos entrevistados serem pessoas do bem na arte de contar histórias, veja a Dona Elza Couto. Ela nos presenteia com uma bela história de vida. Memória afetiva linda e rica. Como também, no final do vídeo, a menina linda contando uma pequena parte da história da "Chapeuzinho Vermelho"

É vídeo que reverbera em mim. Extamente porque (re)afirma o que mais amo nesta arte. Que contar histórias é dar um presente de amor!

Então, liga a caixinha, puxa teu banquinho, aperta o play e contempla!






Até a próxima!
Elaine Cunha

quarta-feira, abril 18

Relíquias da Infância

Você sabe por que hoje, 18 de abril, comemora-se Dia do Livro Infantil? É a data de nascimento do Monteiro Lobato. Nosso grande escritor que criou inúmeros personagens que até hoje estão no nosso imaginário. Quem não se lembra das travessuras da Emília? 

E ontem, na página do Caminhando no Facebook, comentei que estava ouvindo a Coleção Disquinho. Eu gosto desta coleção exatamente porque, na infância da crianças da minha década, eram estes discos que reinavam. Era como se eles fossem os  "primeiros livros" que tivemos contato. E comentário vai.. comentário vem... A conversa rendeu uma linda recordação da amiga Sandra Torres. Plinc! Como passe de mágica, convidei-a para compartilhar aqui conosco. E ela aceitou meu convite, na hora!  Quer ver só o que ela me escreveu? 

Com vocês, Sandra Torres.

A pedido de minha amiga Elaine, do qual tenho minha grande admiração, começo aqui com lágrimas nos olhos – Eu confesso!!!  – O que me faz recordar as épocas das histórias da Coleção   Disquinho!!!

Hj com quase meus 40 anos, não abro mão da minha coleção disquinhos e minha vitrolinha Philips 133. Esses objetos me rementem tempos de infância que nunca foram esquecidos.


Eu como sempre, fui uma menina moleca, gostava muito era de brincar com bolinhas de gude, pular corda entre outros..., mas quando ganhei a minha vitrolinha e meus disquinhos foi minha paixão eterna. Primeira, claro!!! Eu fiquei facinada pelos disquinhos. Afinal de contas eles eram coloridos e isso me encantava, nem tinha noção do que era. rs!!


Quando meu pai montou a vitrolinha no meio da sala e eu vi que ao colocar o disquinho  dele saía  histórias, meus olhos pretos se arregalaram e brilharam mais do que o normal. Fiquei fascinada, mais ainda quando percebi que podia levar para onde eu fosse.


Meu local predileto da casa era a sala, distribuía os discos no chão e escolhia pela cor!!!


Quantas saudades!!! 

Como toda criança danada, além de escutar as histórias, ficava olhando o centro rodando e colocava pequenos brinquedos para rodar junto.


A história que mais gostava era o “Pedro e o Lobo”, eu gostava, porque ele tinha um ar de mistério e mostrava diferentes sons de instrumentos para descrever os personagens. Minha imaginação ia longe! Quando tinha o som do lobo eu ficava encolhida, era muito real dentro da minha cabeça.


O mais legal de ter esses discos e suas histórias é que me proporcionou um contato com a imaginação e criação sem ao menos saber escrever. A cada disco que ganhava, era uma cor que eu aprendia e uma história nova para imaginar.


Ainda hoje me lembro quando um deles ficou no carro de meu pai e derreteu!! Ai, ai, foi uma tristeza só. Como eu chorei!! Esse eu também tenho guardado!!!


Outro que também tinha, aliás ainda tenho, era o da "Lebre e da Tartaruga".  Tanto que até hoje adoro tartarugas!!!!


Enfim, se deixar conto todos os fatos que recordam a infância com esses disquinhos. Eu só posso afirmar, que a melhor coisa que uma pessoa pode fazer para uma criança é o contato com as histórias, porque histórias te passam mensagens e até lições que se agregam a sua vida eternamente.
 Na minha vida ficou a saudades da infância saudável e os gostos pela arte e cultura!!!!



Sandra Torres
Sou Designer Gráfico formada pelo Senai e atualmente trabalho como freelance em trabalhos Gráficos como folhetos, cartões, tratamentos de imagem, entre outros.
Como sou apaixonada por arte, também tenho sociedade (sócia Nilza Cristina)  em uma loja virtual chamada Toks de Arte , onde trabalho  principalmente em marketing e redes sociais, além de criação.
Você pode encontrar a Sandra nos endereços: 
Site profissional: www.sandratorres.com.br, para trabalhos gráficos.
Site da Loja: toksdearte.elo7.com.br, para trabalhos manuais e digitais



Sabe, muitas leitores vorazes começaram ainda quando crianças. Então, nós adultos temos que incentivar sempre. Presenteie uma criança com um livro. Incentive. Leia com ela. Deixe-a livre para experimentar a magia do livro.

"Um país se faz com homens e livros"
Monteiro Lobato

Até a próxima!
Elaine Cunha

segunda-feira, abril 9

Resultado Sorteio: Dia do Contador de Histórias

Que alegria! Para comemorar o Dia Internacional do Contador de Histórias, o Caminhando sorteou um livro do fantástico Pedro Bandeira: A contadora de histórias. 

E vou te dizer: foram 80 inscrições. Ual! Como é bom saber que tivemos tantas pessoas interessadas no livro. U-hu!

Mas, você sabe, só uma pessoa sairia como felizardo do sorteio, não é? 

E vamos ao resultado!

É uma felizarda!



Quem ganhou o livro foi a Patricia Trivella!

Parabéns, Patrícia! 
Envie-me pelao email contato@caminhandocontando.com seu endereço completo para eu postar seu prêmio. Aguardo seu email até quarta-feira, tá? 


Até a próxima!
Elaine Cunha

sexta-feira, abril 6

O Coelhinho que não era de Páscoa



Vivinho era um coelhinho. Branco, redondo, fofinho. Todos os dias Vivinho ia à escola com seus irmãos. 

Aprendia a pular, aprendia a correr... Aprendia qual a melhor couve para se comer.

Os coelhinhos foram crescendo, chegou a hora de escolherem uma profissão.

Os irmão de Vivinho já tinham resolvido: 
- Eu vou ser coelho de Páscoa, como meu pai.
- Eu vou ser coelho de Páscoa, como meu avô.
- Eu vou ser coelho de Páscoa, como meu bisavô.

E todos queriam ser coelhos de Páscoa, como o trisavô, o tataravô, como todos os avôs.

Só Vivinho não dizia nada. Os pais perguntavam, os irmãos indagavam:
- E você, Vivinho? E você?
- Bom - dizia Vivinho - eu não sei o que quero ser. Mas sei que não quero ser coelho de Páscoa. 

O pai de Vivinho se espantou, a mãe se escandalizou: 
- OOOOOHHHHH!

Vivinho arranhou uma porção de amigos: o beija-flor Florindo, Julieta, a borboleta, e a abelha Melinda.

- Onde é que já se viu coelho brincar com abelha? - Os irmãos de Vivinho diziam.

Os pais de Vivinho se aborreciam:
- Um coelho tem que ter uma profissão. Onde é que vamos parar com esta vadiação?

- Não se preocupem - Vivinho dizia - estou aprendendo uma ótima profissão. 
- Só se ele está aprendendo a voar - os pais do Vivinho diziam. 
- Só se ele está aprendendo a zumbir - os irmãos de Vivinho caçoavam. 

Vivinho sorria e saía, pula-pulando para se encontrar com seus amigos. 

O tempo passou. A Páscoa estava chegando. Papai e Mamãe Coelho foram comprar os ovos para distribuir. Mas as fábricas tinham muitas encomendas. Não tinham mais ovinhos para vender. Em todo lugar a resposta era a mesma:
- Tudo vendido.Não temos mais nada...

O casal Coelho foi a tudo que foi fábrica da floresta.
Do seu Antão, do seu João, do seu Simão.
Tudo vendido.Tudo vendido. Tudo vendido.
Do seu Veloso, do seu Matoso, do seu Cardoso.
Tudo vendido.Tudo vendido.Tudo vendido.
Do seu Tônio, seu Pretrõnio, seu Sinfrônio.
Tudo vendido.Tudo vendido.Tudo vendido.

Mas a resposta era sempre a mesma: Tudo vendido, seu Coelho, tudo vendido...

Os dois voltaram para casa desanimados.
- Ora essa, isso nunca aconteceu...
- Não podemos desapontar as crianças...
- Mas nós já fomos a todas as fabricas. Não tem jeito não...

Os irmãos do coelhinho estavam tristes:
- Nossa primeira distribuição... Ai que tristeza no coração!...

Vivinho vinha chegando com Melinda. 
- Por que não fazemos ovos nós mesmo?
- E que nós não sabemos. Coelho de Páscoa sabe distribuir ovos. Não sabe fazer. 
- Pois eu sei - disse Vivinho. - Eu sei.
- Será que ele sabe? - Disse o pai.
- Ele disse que sabe - Disseram os irmãos
- Ele sabe, ele sabe! - Disse a mãe
- E com quem você aprendeu? - Perguntaram todos.
Com meus amigos. Eu não disse que estava aprendendo uma profissão?
- Pois eu aprendi a tirar o polén das flores com Julieta e Florindo. 
- E Melinda é a maior doceira do mundo. Me ensinou a fazer tudo o que é doce...

A casa da Família Coelho virou uma verdadeira fábrica. Todos ajudavam: Papai Coelho, Mamãe Coelha, os Coelhinhos...
E os amiguinhos também: Florindo, o beija-flor, Julieta, a borboleta e Melinda, a maior doceira do mundo...
E era Vivinho que comandava o trabalho.

E quando a Páscoa chegou estavam todos preparados. As cestas de ovos estavam prontas. E os pais de Vivinho estavam contentes.
A Mãe de Vivinho disse:
- Agora, nosso filho tem uma profissão.
E o Pai do Vivinho falou:
- Cada um deve seguir a sua vocação!




segunda-feira, abril 2

A Princesa e a Ervilha

Hoje, 2 de abril, é o Dia Internacional do Livro Infantil. Comemora-se extamente no dia do nascimento do Hans Christian Andersen. 

Então, para festejar, que tal uma bela história deste querido escritor? 

Feliz aniversário, Andersen! Que bom que você nos presenteou com lindos contos. Eis um dos meus favoritos!

A Princesa e a Ervilha

Era uma vez um príncipe que queria se casar com uma princesa. Mas o nobre rapaz não iria se contentar com pouco e queria uma princesa de verdade. Ah, mas como era difícil encontrar princesas de verdade naqueles tempos. Ele viajou pelos reinos mais distantes, à procura da princesa de seus sonhos, mas todas as que encontrou, tinham algum defeito. Não é que faltassem princesas não, muitas se achavam princesas, mas a dificuldade era saber se realmente eram quem diziam ser. O príncipe retornou ao seu castelo desiludido, pois gostaria muito de ter encontrado uma princesa de verdade.
Uma noite desabou uma tempestade no reino. Eram relâmpagos clareando o céu, raios estrondosos e um aguaceiro danado no castelo! Em meio aos trovões, bateram à porta e o rei em pessoa foi atender - os criados estavam ocupados enxugando os cômodos cujas janelas foram abertas pela tempestade.
Era uma moça, que dizia ser uma princesa. Mas estava encharcada de tal modo que os seus cabelos estavam em frangalhos, as roupas grudadas ao corpo, os sapatos enlameados, as meias quase desmanchando, a menina estava um caco... Era difícil acreditar que fosse realmente uma princesa!
Porém, a moça tanto afirmou que era uma princesa que a rainha pensou numa forma de provar se o que dizia era verdade.
Ordenou que sua criada de confiança empilhasse vinte colchões e vinte lençóis no quarto das visitas e, sem que a hóspede soubesse, colocou embaixo deles uma ervilha. Aquela seria a cama da hóspede que se dizia princesa.
Quando foi dormir, a moça estranhou a altura da cama, mas conseguiu, com a ajuda de uma escada, se deitar.
No dia seguinte, a rainha perguntou como ela havia dormido.
- Oh! Não consegui dormir direito – respondeu a moça – havia algo duro na minha cama, que me deixou até com manchas roxas nas costas!

O rei, a rainha e o príncipe se olharam com surpresa. A moça era realmente uma princesa! Somente uma princesa verdadeira teria pele tão sensível para sentir um grão de ervilha sob vinte colchões e lençóis!
O príncipe, realizado, se casou com a princesa, e a ervilha foi enviada para um museu e, se ninguém a roubou, ainda deve estar por lá...
Portanto, esta é uma história real!

Até a próxima!
Elaine Cunha