"Contos de Fadas: conta ou não conta?"
Exatamente esta pergunta que me fez sair daquele estado de sonolência na última quinta-feira durante o programa " Amor e Sexo" da Fernanda Lima. (Se você não assistiu , clique aqui e veja o video do programa.)
Achei que sairia algums pérolas mas, para eu engano, o que saiu da boca da Psicalista Regina Navarro me deixou irritada e super chateada.
Eu fiquei me perguntando:
- Por que uma psicanalista fala que os contos de fadas apenas mostram a submissão das mulheres que ficam a mercê do seu príncipe encantado? Por que todas as coisas ruins que nos acontecem, a culpa é dos contos de fadas que ouvimos? E - para mim o pior de tudo o que ela falou- que os contos deviam ser abolidos!
Sei que cada pessoa é livre para falar o que quiser. Afinal, estamos numa democracia. Mas, falando sério, a referida mulher é formadora de opinião. Tem que existir cuidado e muito bom senso sobre o que falar, abordar e defender com unhas e dentes!
Acho que por estas e outras que existem pessoas que acreditam que a vida para ser um contos de fadas precisa ter o príncipe encantado para salvar a princesa. Mas esquecem - ou mesmo não sabem- da complexidade de uma história de contos de fadas. De todos os arquétipos que tem uma história de contos de fadas.
Os contos de fadas foram criados inicalmente para os adultos, e não
para as crianças. Por isso, os contos são tão fortes. Eram contados
oralmente em reuniões dos adultos. Quando foram utilizados para as crianças, foram sim suavizados. Isto
ocorreu por Perrault. Mas foi popularizado apenas no século XIX quando
começaram a ser vendidos como folhetos.
Eu gosto do conto de fadas extamente porque através deles, a criança
pode aprender mais sobre os problemas interiores e sobre as soluções
corretas, dentro de sua compreensão infantil.
Se observarmos, cada conto normalmente tem um problema angustiante
(as vezes morte de um dos genitores) o que causa alguma reação no
personagem (necessidade de adaptação). Assim, a jornada interior do
persongem começa. Ele precisa “encontrar” com o Mal (representando, normalmente, por
bruxas), para ter a “conquista” (vencer o Mal) e “celebrar a vitória”
(onde a vitória é enaltecida).
Ainda tem a presença do Mal tão onipresente quando a Virtude. Recebem
corpo na forma de figuras humanas e suas ações presentes no homem. E
esta dualidade coloca o problema moral e é preciso a luta para
resolvê-la. O herói é mais atraente para a criança porque ela se
identifica com ele. É uma forma que a criança aprende a lutar com suas
inseguranças, medos. Por isso, quando você contar uma história e a sua
criança pedir para repetir mil vezes, é porque ela precisa de alguma
caractéristica daquele heroi. Ela esta internalizando!
Não acredito que ouvir contos de fadas deixa a criança com ideia do
“feliz para sempre” não seja uma conquista diária. Até porque, acredito que
todas nós, crescemos ouvindo ou mesmo vendo os contos da Disney. Nem por
isso, deixamos de lutar diariamente para termos nosso “happy end” todos
os dias.
Pois é, se você quiser se aprofundar mais no tema "Contos de Fadas" sugiro a leitura da coluna que a Cristiane Takemoto escreveu aqui no Caminhando. Lá, você poderá ter uma visão diferenciada sobre os contos.
A Cris destrichou o tema como tópicos.
Segue a ordem para faciliar a sua leitura
Agora, a pergunta é para você: Contos de Fadas: Contar ou não contar ?
Eu continuarei contando e lendo também!
Até a próxima!
Elaine Cunha