quarta-feira, outubro 17

Eu já comecei. E você?

Uma certa vez, li num site que a autora Tatiana Belinky havia perguntou ao pediatra, lá  no começo dos anos 40, em que momento deveria começar a educar seu filho, então com 3 meses de vida. Ele havia respondido que ela já estava atrasada. Que resposta a la bomba de Hiroshima, não é?  Mas sabemos que educar é desde o nascer. E será que para incentivar à leitura tem diferença? 

Eu já escutei as pérolas "não sei porque você conta história para bebê, se ele não entende nada!" E eu sempre fico me perguntando: "Se o bebê também não entende o que a mãe fala, porque ela fala tanto com ele?" Estímulo, não é?  Afinal, aprendemos tudo por imitação. Somos uma verdadeira esponjinha que absorvemos tudo!

Os grandes estudiosos já dizem que crianças em contato com livros e escrita desde cedo tem influência direta pelo gosto da leitura na vida adulta. Os benefícios desde contato com livros, ainda na primeira infância, são inúmeros. Trabalhamos, inclusive, a memória e a capacidade de estruturar as informações. 

A leitura em voz alta para uma criança de até 3 anos ajuda a despertar sua sensibilidade para diferentes formas da fala. Pode ainda desenvolver a atenção seletiva - a capacidade de se desligar do mundo, do estímulo, mantendo-se concentrada numa só atividade por períodos mais tempo.

O "Era uma vez" carrega em si a ideia de algo que acontecia e já não acontece, apresentando à criança a existência do antes, do agora e do depois. É ou não é um marco do aprendizado de noção do tempo?

No sábado, chegou a minha coleção do Itaú Social. Os livros são lindos e suas histórias muito sensíveis. Não consegui ainda escolher meu preferido. E nem preciso te dizer que morri de saudade de contar histórias para os pequenos no hospital. 



Na segunda feira, eu li a história "Lino" para o filho. Foi um momento único e super gostoso. Eu preparei todo nosso ambiente. Você vai rir comigo. Um belo banho morno, com a água caindo na barriga (Pedro ama!), depois fiquei no quarto dele, sentei-me na cadeira de amamentação, pés no puff, livro em mãos. E senta que lá vem história! Fiquei ali, viajando na leitura, no livro. Mão na barriga, Pedro pulando lindamente. E depois que acabou a história, coloquei nossa música preferida. 

Ele entendeu a história? Lógico que não! Até porque ele ainda está na barriga e ouvir ainda é uma sensação diferente da nossa. Mas, então, por que eu li? Resumindo em duas únicas palavras: CRIAR VÍNCULO!

E vou te dizer, sensação maravilhosa, viu? Pedro ficou tão calmo depois. Foi a leitura? Pode ser. Foi o banho? Pode ser. Foi a música? Pode ser. O que posso te dizer, de coração, é que foi tudo junto e misturado. Afinal, quando é feito com amor, tudo é mais significativo, não é? Se eu passo tranquilidade para ele, ele reage com tranquilidade também.

Que tal ler história para sua criança? Escolha o momento! Escolha o livro que você goste! Crie um clima! E embarque nesta viagem. Faça deste momento, O momento de vocês!

Ah, se você ainda não pediu a sua coleção grátis, clica aqui e veja como solicitar. 

Até a próxima!
Elaine Cunha

segunda-feira, outubro 15

O Tesouro de Bresa



O Tesouro de Bresa 
(Malba Tahan - Os melhores contos)



Houve, outrora, na Babilônia um pobre e modesto alfaiate, chamado Enedim.

Homem inteligente e trabalhador, que, por suas boas qualidades e amor no coração, era muito querido no bairro em que morava.

Enedim passava o dia inteiro, de manhã à noite, cortando, costurando e preparando as roupas de seus numerosos fregueses, e, embora, muito pobre, não perdia a esperança de vir a ser muito rico, senhor de muitos palácios e grandes tesouros.

Como conquistar, porém, essa tão ambicionada riqueza? – pensava o mísero alfaiate – Como descobrir um desses famosos tesouros que se acham escondidos?

Ouvira contar, histórias prodigiosas de aventureiros que haviam topado com cavernas imensas, cheias de ouro… E não poderia ele, à semelhança desses aventureiros felizes, descobrir um tesouro fabuloso?

Ah! Se tal coisa acontecesse, ele seria, então, senhor de um imenso e magnifico palácio… Teria numerosos escravos, e todas as tardes, num grande carro de ouro, puxado por mansos leões, passearia sobre as muralhas da Babilônia, cortejando amistosamente os Príncipes ilustres da casa Real.

Assim meditava o bondoso Enedim, quando lhe parou à porta da casa um velho mercador da Grécia, que vendia tapetes, imagens, pedras coloridas e uma infinidade de outros objetos extravagantes tão apreciados pelos Babilônios.

Por mera curiosidade, começou Enedim a examinar as bugigangas que o vendedor lhe oferecia, quando descobriu, entre elas, uma espécie de livro de muitas folhas, onde se viam caracteres estranhos e desconhecidos.

Era uma preciosidade aquele livro e custava apenas três dinares.

Três dinares. Era muito dinheiro para o pobre alfaiate. Para possuir um objeto tão curioso e raro, Enedim seria capaz de gastar até os dois últimos dinares que possuía.

Está bem, concordou o mercador. Fica-lhe o livro por dois dinares, mas esteja certo de que lhe foi de graça!

Afastou-se o vendedor e Enedim tratou, sem demora, de examinar cuidadosamente a preciosidade que havia adquirido. Qual não foi a sua surpresa quando conseguiu decifrar, na primeira página, a seguinte legenda, escrita em complicados caracteres caldaicos: “O segredo do tesouro de Bresa”.

Por Deus! Aquele livro maravilhoso, cheio de mistério, ensinava, com certeza, onde se encontrava algum tesouro fabuloso. O TESOURO DE BRESA!

Mas, que tesouro seria esse?

E com o coração a bater descompassadamente, decifrou ainda: “O tesouro de Bresa, enterrado pelo gênio do mesmo nome entre as montanhas do Harbatol, foi ali esquecido, e ali se acha ainda, até que algum homem esforçado venha a encontrá-lo”.

Harbatol? Que montanhas seriam essas que encerravam todo o ouro fabuloso de um gênio?

E o esforçado alfaiate, dispôs-se a decifrar todas as páginas daquele livro, custasse o que custasse, com o segredo de Bressa, para apoderar-se do tesouro imenso enterrado n’alguma gruta perdida entre as montanhas.

As primeiras páginas eram escritas em caracteres de vários povos. Enedim foi obrigado a estudar os hieróglifos egípcios, a língua dos gregos, os dialetos persas, o complicado idioma dos judeus.

Ao fim de três anos, deixava Enedim a antiga profissão de alfaiate, e passava a ser o intérprete do Rei, pois na cidade não havia quem soubesse tantos idiomas estrangeiros.

O cargo de intérprete do Rei era bem rendoso. Ganhava Enedim, cem dinares por dia; ademais morava numa grande casa, tinha muitos criados e todos os nobres da corte o saudavam respeitosamente.

Não desistiu, porém, o esforçado Enedim, de descobrir o grande mistério de Bresa. Continuando a ler o livro encantado, encontrou várias páginas cheias de cálculos, números e figuras. E, a fim de ir compreendendo o que lia, foi obrigado a estudar Matemática com calculistas da cidade, tornando-se, ao cabo de pouco tempo, grande conhecedor das complicadas transformações aritméticas.

Graças a esses novos conhecimentos adquiridos, pode Enedim calcular, desenhar e construir uma grande ponte sobre o Eufrates; esse trabalho agradou tanto ao Rei, que o monarca resolveu nomear Enedim para exercer o cargo de Prefeito.

Ativo e sempre empenhado em desvendar o segredo do tal livro, foi compelido a estudar profundamente as leis, os princípios religiosos de seu país e os do povo caldeu; com o auxilio desses novos conhecimentos, conseguiu Enedim dirimir uma velha pendência entre os doutores.

- É um grande homem o Enedim!

Declarou o Rei quando soube do fato.

- Vou nomeá-lo Primeiro Ministro.

E assim fez. Foi o nosso esforçado herói, ocupar o elevado cargo de Primeiro Ministro.

Vivia, então, num suntuoso palácio, perto do jardim Real, tinha muitos criados e recebia visitas dos príncipes mais poderosos do mundo.

Graças ao trabalho e ao grande saber de Enedim, o reino progrediu rapidamente e a cidade ficou repleta de estrangeiros; ergueram-se grandes palácios, várias estradas se construíram para ligar Babilônia às cidades vizinhas.

Enedim era o homem mais notável do seu tempo. Ganhava diariamente mais de mil moedas de ouro, e tinha em seu palácio de mármore e pedrarias, caixas cheias de jóias riquíssimas, e de pérolas de valor incalculável.

Mas – coisa interessante! – Enedim não conhecia ainda o segredo do livro de Bresa, embora lhe tivesse lido e relido todas as páginas!

Como poderia penetrar naquele mistério?

E um dia, conversando com um venerando sacerdote, teve a ocasião de referir-se à incógnita que o atormentava.

Riu-se o bom religioso, ao ouvir a ingênua confissão, e, afeito a decifrar os maiores enigmas da vida, assim falou:

- “O tesouro de Bresa já está em vosso poder, meu senhor. Graças ao livro misterioso é que adquiristes um grande saber, e esse saber vos proporcionou os invejáveis bens que já possuis.

Bresa significa “saber”. Harbatol quer dizer “trabalho”.

Até a próxima!
Elaine Cunha


sexta-feira, outubro 12

A Criança tem direito de escutar contos sim!

Hoje, dia 12 de outubro, é comemorado o Dia das Crianças. Isto todo mundo sabe, não é? Mas você sabe que hoje também é comemorado o Dia Nacional da Leitura?

Para festejar este dia, que tal ler os direitos universais das crianças em escutar contos? A primeira vez que ouvir estes direitos foi em 2010, na festa de formatura do Viva e Deixe Viver. E hoje, ao abrir meu perfil no facebook, a amiga contadora de histórias Joyce Neia me recordou estes direitos. Assim, resolvi postar aqui! Vamos lá? Afinal, direito é direito!



 


Direitos Universais das Crianças 
em Escutar Contos






  1. Toda criança, sem distinção de raça, língua ou religião, goza de pleno direito de conhecer as fábulas, mitos e lendas da tradição oral de seu país, dos países irmãos ou do resto do mundo.
  2. Toda criança tem o direito de inventar e contar seus próprios contos, assim como o de modificar os já existentes. Criando e recriando suas próprias versões.
  3. Toda criança tem o direito de escutar contos, sentada no colo dos avós. As que tenham os avós vivos poderão cedê-los às crianças que não tenham avós que lhes contem contos.
  4. Toda criança tem o direito de manifestar abertamente sua alegria e carinho para com aquele adulto contador de contos que faça vibrar sua imaginação, permitindo-lhe que habite o maravilhoso mundo da literatura.
  5. Toda criança tem o direito de exigir novos contos e os adultos têm o dever de se nutrir sempre de imaginativos contos, próprios ou alheios, longos ou curtos, com ou sem: reis, lagartos, castelos, fadas ou dragões. O único imperativo é que sejam bonitos e interessantes.
  6. Toda criança tem o direito de adormecer enquanto lhe contam um conto.
  7. Toda criança tem o direito de pedir outro e mais outro conto e de pedir que lhe contem um milhão de vezes o mesmo conto.
  8. Toda criança tem o direito de crescer acompanhada de um mágico: "era uma vez..." que lhe abre a porta da imaginação em direção aos sonhos mais belos da infância.
    (O Direito a Verdade - Cartas para uma criança - Dr. Leonardo Posternak)

Até a próxima!
Elaine Cunha

quarta-feira, outubro 3

VIII Festival “A Arte de Contar Histórias"

Tá chegando o dia! Este festival que a querida Biblioteca promove é fantástico. Sou super suspeita! 

No festival do ano passado eu participei. Ri demais. Ouvi um bate-papo bacana. Até contei história lá. Escrevi aqui sobre tudo isto!

Este ano, não dará para ir. rs Mas conto com vocês para irem e me contarem, tá? 

Então, vamos a programação para este ano?!






BP HANS CHRISTIAN ANDERSEN – 
Temática em Contos de Fadas







 
15 de outubro (seg)
10h – Abertura da Exposição “Era uma vez Grimm: Para celebrar 200 anos de magia”
Com curadoria de Kátia Canton.
Exposição com o objetivo de comemorar os 200 anos do lançamento da primeira edição do livro Kinder und Hausmarchen (Histórias das crianças e da família), editado em 2012, resultado de pesquisa dos irmãos Wilhem e Jacob Grimm na busca de suas raízes culturais. A exposição coloca em evidência seis das mais populares histórias criadas pelos Irmãos Grimm: Cinderela, Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Rapunzel e O Príncipe Sapo. A mostra propõe a criação de seis instalações que revisitam a essência das histórias.
De 15 a 31 outubro – das 10h às 17h
10h30 – Narração de histórias: “Vovó Nita conta Grimm”, com Ana Luisa Lacombe. Livre.
14h – Show de lançamento do CD “Canções do faz e conta”, com participação de Ana Luisa Lacombe (voz e violão), Betinho Sodré (percussão e sonoplastia) e Milton Castelloi Veiga (violão e viola). Direção cênica de Paulo Rogério Lopes. Livre.

16 de outubro (ter)
10h – Narração de histórias: “Belazarte me contou”, com o Grupo Prosa de Janela. Público juvenil e adulto.
14h – Narração de histórias: “Contos Africanos ou A casa das belezas”, com Lílian Marchetti. 8 a 14.

17 de outubro (qua)
10h – Narração de histórias: “Contos da Carochinha”, com Clara Haddad, que atualmente divide seu tempo entre o Brasil e Portugal onde foi fundadora e diretora da primeira Escola de Narração de Portugal.
10h – Narração de histórias: “A Princesa da Chuva”, com Letícia Liesenfeld. 4 a 12.
14h – Palestra: “Contar Histórias-Colecionar Afetos: o encontro através da narrativa”, com Clara Haddad, para professores, contadores de história e interessados na área.

18 de outubro (qui)
10h – Narração de histórias: “Círculo de Giz, Roda de Gente, Mundo de histórias…”, com a Cia. Fulô. Livre.
14h  Narração de histórias: “A viagem de Ulisses”, com o Grupo Ruído Rosa. 6 a 14.

19 de outubro (sex)
10h – Narração de histórias: “Contos Encontados”, com Nosso Grupo de Teatro. 2 a 10.
20h  Espetáculo“Histórias do que é e do que pode ser”, com a Cia. Patética, abrindo as atividades do Acampadentro. Livre.

20 de outubro (sáb)
14h – Palestra: “Contos de fadas e os Irmãos Grimm”, com a Dra. Nelly Novaes Coelho, homenageada, e Kátia Canton, com mediação de Giba Pedroza.
16h – Bate papo com Lenice Gomes e Fabiano Moraes, organizadores do livro “Arte de encantar: o contador de histórias contemporâneo e seus olhares”, publicado pela Cortez Editora, com mediação de Alice Bandini.
17h – Encerramento com narração promovida por ex-alunos do Curso Básico de Formação para Contadores de Histórias.


BIBLIOTECA HANS CHRISTIAN ANDERSEN -Temática em Contos de Fadas
Av. Celso Garcia, 4142 Tatuapé SP
Tel.: 2295-3447
 
Até a próxima!
Elaine Cunha

segunda-feira, outubro 1

Leitura para Bebês

Cheirinho de novidade no ar é tão bom, não é?

Como eu te falei semana passada. Tem Novidade no Ar no mês de Outubro!  Sim, sim! Novidade! Para celebrar a chegada do filhote, vamos conversar sobre  
Leitura para Bebês


E para começar esta nova etapa aqui no Caminhando e Contando, convido você assistir um vídeo produzido pela Nova Escola, onde mostra a leitura para bebês.

Liga a caixinha e aperta o play!




O que você achou do video?
Será que existe lugar, local e horário certo para a leitura? 
Como podemos incentivar este primeiro contato?
Será que a escola é a única responsável pela leitura? 
E se a criança não frequenta a escola desde cedo, o que fazer?
Você tem contato com criança pequena? Ler para ela?


Este é o meu convite para você! Para começarmos com pé direito a nossa viagem no mundo da leitura para os bebês!

Espero seu comentário para darmos continuidade ao tema! Sua opinião é muito importante!

Até a próxima!
Elaine Cunha