É assim que me apresento nas minhas historias. E elas chegaram em minha vida de uma maneira muito peculiar.
Nasci em Recife-PE. Passei minha infância, adolescência e começo da vida adulta. Formei-me em Fonoaudiologia e fiz a minha Especialização em Linguagem.
Casei. E me mudei para São Paulo. Por lá, a vida adulta me mandou para caminhos bem diferentes.
Em 2010, após um longo período no casulo por problemas de saúde, decidi que era momento de eu começar algo para mim.
Era um chamado. E eu ouvi meu coração.
Comecei a buscar um trabalho voluntário que fosse compatível com minha saúde frágil naquele momento. E achei que Contar Histórias para as crianças hospitalizadas seria o começo.
Lembro da preocupação dos familiares visto que, durante a minha formação, eu não quis estagiar em hospital.
Fui. Pedindo muita luz aos Céus e sabedoria neste novo caminho. Comecei no Viva e Deixa Viver. Lembro com muita alegria de tudo que vivi. Foram 9 meses de treinamento teórico e 3 meses de treinamento prático. Afinal, lidaria com crianças em situação frágil e precisaríamos como abordar. Ate porque, as crianças não estavam de férias no hospital, né?
Foi navegando por estes mares que percebi a grandeza das histórias. Como fonte de brincadeira, desenvolvimento, internalização de conceitos... Enfim, o famoso "poder das histórias". Sim, elas curam! Elas estavam me curando também!
Quantas vezes, ao chegar no quartos, eu ouvi "não, não quero historia". Eu sorria, agradecia e dizia que se mudasse de ideia, eu estaria ali nos corredores. Era uma tentativa de dizer "tô aqui, tá?!" Sim, é difícil ouvir não. Mas quando entendi que aquele "Não" era o único que ela poderia dizer, entendi meu papel. As crianças não dizem não aos médicos, aos enfermeiros quando precisam fazer qualquer procedimento, não é? Eu era o único "não" permitido. E eu respeitava muito esta decisão.
Quando eu li a frase "Contar histórias é dar um presente de amor" do Lewis Carol, eu gravei eu meu coração.
Assumi minha arte e decidi me dedicar e ser profissional.
E esta sou eu. Intensa. E com toda certeza de que quando conto histórias entrego meu melhor presente.
Até a próxima!
Elaine Cunha
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